Tem amigo fulêra quem pode (Parte 2)

EPISÓDIO RECIFOLIA
Vítima: A Barbie, ou vulgo Júnior Zero-a-zero
Existia um tempo, nas terras do rei, em que eu conseguia umas credenciais que davam direito à camisas, abadás, camarotes e tudo de bom dos carnavais fora-de-época. Muito simples: - Não tentem em casa, crianças - Eu mandava fax, com nomes, inscrições, RGs e os cambaus para os órgãos que credenciavam jornalistas para cobertura desses eventos. Pra se ter idéia, fui a dois carnavais de Salvador, vários Recifolias, Carnatais, e muito mais... Na maioria das vezes, acompanhado de Júnior Barbie.
Numa dessas empreitadas, a gente foi para o Recifolia, na praia de Boa Viagem. Ficamos em Candeias, praia vizinha. Na noite de sábado, estávamos lá nós dois. Latinhas nas mãos, credencial com direito a ver o papa no camarote da Brahma. A gente era “os pica”... Depois de algum tempo, a gente sobe no trio não-sei-de-quem... depois de muita algazarra, olho para baixo e me apaixono...
A paixão pra mim, nestes momentos da vida, se resumem na quantidade do teor etílico que meu coração suporta... Foi paixão imediata. Não conseguia me conter... aquela menina de olhinhos verdes me prendia a atenção. Não hesitei:
- Júnior, bora descer?!
- Pra quê?!
- Mermão, bora descer que eu achei duas gatinhas massas ali... (egoísmo puro, só tinha uma de fato)
- Tá.
Chegando lá tá a doidinha e outra figura... feia pacas... mas amigo que é amigo tem que segurar a onda.
Depois de uma rodada de latinhas, vem a proposta indecente:
- Júnior, faz assim: deixa eu dar uma volta no trio com a menina.
- Como é?!
Chamo ele no cantinho e falo reservado:
- Rapaz.. a doidinha tá doidinha... agora tu vai ter que rolar a credencial pra eu dar uma voltinha rapidinho com ela. É jogo rápido. Só uma música e tal.
- Nada! Tá doido?
- É rapidinho, cacete.
- Eu te conheço...
- Mermão, tô falando...
- Nada! Eu te conheço...
- Mermão, se eu aprontar, nunca mais fale comigo.
- Rapaz...
- Tô falando...
Ele, totalmente contrariado, tirou o colete de imprensa, desembolsou a credencial e me deu. E ainda disse assim:
- Parece que eu tô vendo. Tu só chega amanhã...
Me despedi do meu amigo e fui pra folia com a gatinha. Por incrível que pareça, meu amigo estava certo. Cheguei pontualmente às 6 horas da manhã do dia seguinte.
A barbie dormia estirado num band-aid quando eu cheguei. Chutei o pé dele, acordei o indivíduo e ainda disse assim:
- Rapaz, tu perdeu! Foi massa! Toma aí tua credencial... Agora num empresta a ninguém não, viu?!
***
Bom, pra ilustrar o que eu acabei de contar, taí a dona da história. Detalhe para a credencial do meu amigo envolto no pescoço da menina, um verdadeiro objeto de discódia.

***
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