segunda-feira, março 31, 2008

Eu no Bem Mais

Noitinha do sábado. Eu morto de cansado, estressado com a energia dos meus dois filhos. Filas quilométricas no supermercado. Eis que minha filha perturba:

- Papai, vamosimbora!!
- Deixe pelo menos eu pagar a feira.
- Mas eu quero ir pra casa...

Diante do apelo da minha filha, que, quando quer, é infinitimamente chata, eu peguei a fila preferencial.

Eu com meus dois filhos, minha filha de chupeta agarrada à camisa.

Atrás de mim, na fila, uma mulher começa a me olhar atravessada.
Eu ignoro, mas ela me olha cada vez mais atravessada.
A fila anda um pouco e ela com toda a arrogância do mundo me pergunta:

- Você tem mulher grávida ou é portador de algum cuidado especial?

Eu muito delicadamente, desacreditando do acontecido, supliquei:

- Como é?

Ela mais uma vez:

- Você tem mulher grávida ou é portador de algum cuidado especial?

Eu não contei conversa:

- Sou deficiente. (chutei o pau da barraca) Os meus dedos são uns menores do que os outros. E nas duas mãos.

A mulher continuou me olhando atravessado, mas deixou de importunar.

Não que eu seja grosso, mas tem hora que é fundamental.