Tem coisas que eu acho que só acontecem comigo

Outro dia, trabalhando na campanha eleitoral, recebo uma ligação interessante:

Eu – Oi.
Ela – Bebê, você tá com raiva de mim?

Pausa de microssegundos para reflexão: Alguma mulher me fez raiva esses dias? Quem porra é essa garota? Qual é mesma a coligação majoritária?

Deixei correr a conversa.

Eu – Tô com raiva de você não.
Ela – Você tá!

Pensei: Agora fudeu!

Eu – Quem tá falando?
Ela – Owww bebê, num me trata assim não.

Fudeu ao cubo!

Eu – Tu num ligou errado não, menina?
Ela – Se você não quer falar comigo, diga.

Ela foi tão convincente que eu imaginei ser uma das minhas ex. Afinal, pode ter dado um surto de insanidade afetiva numa dessas criaturas.

Continuei o papo.

Eu – Não tô com raiva de você.
Ela – Jura?!
Eu – A raiva passou. Mas não faça mais. (incorporei?!)
Ela – Faço não. Não quero perder você.

Parei: Essa doida deve ter feito uma merda dukaraio!!!!

Ela – Eu vou te ver hoje?
Eu – Não sei.
Ela – Por que?
Eu – Eu tô trabalhando, criatura.
Ela – Trabalhando?!
Eu – Claro!
Ela – Como assim?!
Eu – Como todo cidadão. Simplesmente trabalhando. Simples. Faz assim: daqui a pouco, quando eu estiver mais livre aqui eu te ligo pra gente conversar. Tá bom?
Ela – Liga bebê.

Enfim, liguei pra criatura e depois de conversar muito, caiu nela a ficha de que eu não era o bebê. Mas, ela guardou o meu número e disse que “se desse vontade” de me conhecer, me ligaria.

Ligou.

É uma figurinha misteriosa, mas muito atraente. A gente tem conversado esses dias. Virei bebê.